No seu 21º aniversário : Dondo ainda não satisfaz munícipes

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A cidade do Dondo, em Sofala, completou ontem (24/07/07) 21 anos de elevação a  esta categoria. Trata-se de uma efeméride que se assinalou entre um misto de contentamento pelas realizações até agora levadas a cabo que estão a alterar para melhor a condição de vida dos munícipes, e também num ambiente de expectativa das pessoas que reclamam por mais acção por parte da edilidade.

O problema das vias de acesso para as zonas de produção, o saneamento do meio e a criminalidade continuam a ser os principais nós de estrangulamento para as autoridades municipais duma urbe que já foi considerada a melhor em termos de gestão autárquica entre os 33 municípios existentes  no país.

Mas apesar destas contrariedades o Conselho Municipal continua a empenhar-se para reconquistar o lugar de melhor autarquia do país  e atingir patamares altos na esfera da municipalização nacional.

Segundo dados a que tivemos acesso, 30 milhões de meticais é o montante necessário para fazer face aos projectos em carteira visando melhorar a qualidade de vida dos habitantes daquela cidade. 

Apesar de o Município do Dondo possuir um grande potencial agrícola sobretudo na produção do arroz, com o Vale de Mandruzi na linha da frente, a cidade ainda não consegue responder com satisfação aos problemas dos seus mais de 71.500 munícipes neste capítulo. Trata-se de  uma extensão estimada em mais de sete mil hectares cuja exploração cabal implica a mecanização da agricultura. Uma miragem de momento. 

As vias de acesso  são ainda uma “pedra no sapato” das autoridades, pese embora a sede da cidade tenha beneficiado recentemente da alcatroagem de algumas rodovias. Esta inquietação é mais notória nas artérias que dão acesso aos locais de produção. Há vezes que os camponeses não conseguem escoar os seus cereais e outros produtos depois da safra, o que dificulta sobremaneira a troca comercial, principalmente em época chuvosa.

A chuva tem sido também um grande problema para quase todos os bairros do Dondo devido à  fragilidade do escoamento das águas pluviais. O presidente do Conselho Municipal, Manuel Cambezo,  reconhece o facto e diz que a solução deste problema passa necessariamente por uma intervenção de raíz no sistema de drenagem e/ou saneamento do meio, bem como na asfaltagem de mais rodovias.

 Mas a edilidade não tem dinheiro, com excepção do programa de estradas que está sendo financiado pelo Banco Mundial (BIRD) através do Projecto de Desenvolvimento Municipal (PDM). Espera-se pela injecção de mais 394 mil dólares norte-americanos  para a alcatroagem de mais dois quilómetros na sede da cidade, mesmo assim ainda não é suficiente.

Ainda através do Projecto de Desenvolvimento Municipal, o Banco Mundial poderá garantir a iluminação pública num troço de três quilómetros no bairro de Mafarinha. Mesmo assim, é necessária uma intervenção urgente para o melhoramento da qualidade da corrente eléctrica abastecida e, consequentemente, estender para mais zonas da autarquia.

A propósito, Cambezo disse existir uma forte colaboração da empresa Electricidade de Moçambique (EDM) visando fornecer corrente eléctrica à cidade em óptimas condições, dai ter assegurado que o problema será sanado num futuro breve.

Questionado sobre o estágio actual do abastecimento de água potável, o edil do Dondo garantiu que a taxa de cobertura ronda os  73 porcento num universo de 71644 habitantes. Mas para ele isso não é suficiente, pois a meta é toda gente  beneficiar daquele precioso líquido até ao final do mandato que termina no próximo ano.

 Para tal, há  “lobbies” em curso junto do Executivo central e parceiros de cooperação, como são os casos do BIRD e da Cooperação Austríaca. Aliás, foram recentemente abertos quatro furos de água com fundos do Banco Mundial num valor que a fonte não precisou, para garantir que mais habitantes consumam água potável.

ENCALHA ABERTURA DE MAIS FÁBRICAS

O Muncicípio do Dondo é igualmente um dos pontos de Sofala com um número razoável de indústrias a laborarem, nomeadamente a Cimentos de Moçambique, Lusalite de Moçambique, Moçambique Florestal (Moflor), Fábrica de Travessas, entre outras. Mas o índice de desemprego naquela autarquia continua assustador, estimado em mais de 50 porcento.

Esta situação contínua a “tirar sono” à edilidade que se tem  desdobrado em esforços no sentido de interessar mais e melhores investidores para a abertura de mais postos de trabalho. Com efeito, num passado recente foi tornado público que Dondo passará a contar com uma fábrica de lâmpadas que poderia ocupar uma área estimada em cerca de 10 hectares e empregaria mais de 500 pessoas, o que contribuiria de certa maneira na redução da pobreza que grassa a maioria  dos munícipes locais.

Mas até aqui tudo ficou pelas intenções. A edilidade diz que os investidores mostraram-se ainda incapazes de arrancar com tais empreendimentos,  mas há um trabalho  visando encontrar parcerias para que o sonho vire realidade. O edil está esperançado num  desfecho favorável, mas assegura que a concretização do projecto não será este ano. Aliás, Cambezo admite que ainda é uma miragem, apesar de ser seu desejo cumprir em 100 porcento as suas promessas eleitorais, que incluem a abertura desta indústria que já tinha um mercado garantido, com destaque para a cidade da Beira.

Foi igualmente anunciada num passado recente a abertura de uma fábrica de ração. Tudo indicava, na altura, que o projecto já estaria em andamento, mas até aqui nada transpirou, pese embora tenhamos  visto alguma movimentação  de um grupo sul-africano que supostamente estava em frente do projecto.

Questionado sobre o assunto, Manuel Cambezo disse que o único entrave no projecto é a aquisição de um visto que viabilize o envio do equipamento necessário da República da China para Moçambique. Disse que há esforços  no sentido de ultrapassar este problema burocrático. Mas neste ano não será também possível erguer a  indústria em alusão.
Acrescentou que há “lobbies” igualmente para que mais investidores apostem em investir naquela cidade da província de Sofala.

CRIMINALIDADE PREOCUPANTE

Um outro problema que apoquenta os moradores de Dondo se relaciona com o aumento dos índices de criminalidade. Um pouco por todos os bairros da urbe há registo de casos de violência doméstica, furtos simples e qualificados, homicídios e outros de diversa monta.

Muitos munícipes abordados pela nossa reportagem manifestaram a sua preocupação com relação ao aumento de casos criminais, instando as autoridades policiais no sentido de não darem trégua aos mentores de tais actos.

Dondo sempre foi uma cidade considerada pacata e tranquila. Porém, hoje em dia este cenário alterou-se e o medo começa a apossar-se dos cidadãos.

O presidente da edilidade, Manuel Cambezo, reconhece a gravidade do problema e defende ser necessário que se fortifique cada vez mais a relação entre o município e a Polícia da República de Moçambique (PRM),  com vista a estancar a criminalidade que tem inquietado a autarquia. Sublinhou que graças a essa colaboração foi possível reduzir sobremaneira os  índices  do crime.

“Mas não basta. Temos que fazer do Dondo a cidade mais tranquila do país e o modelo no que diz respeito à gestão municipal. Caso isto venha a acontecer será muito fácil conquistar mais investidores”- anotou.

A propósito da gestão municipal, Cambezo disse que nos últimos tempos a edilidade tem recebido muitas visitas de outras autarquias e instituições financeiras, como é o caso do Banco Mundial. Tal deve-se ao facto de Dondo ser considerado referência na governação aberta e participativa.

“Isto encoraja-nos bastante e estamos a trabalhar para que Dondo volte a ser o melhor município do país”- referiu.

URBANIZAÇÃO

Tal como acontece em muitas cidades e vilas do nosso país, o Município do Dondo tem sérios problemas de urbanização. Com efeito, arrancou há dois anos o projecto de parcelamento de terras visando reorganizar aquela autarquia.

 Foram até então parcelados 400 talhões dos 450 previstos para o  bairro de Nhamaiabue. Trata-se de uma iniciativa que conta com o apoio do Governo central, Banco Mundial, entre outros parceiros. E é aposta da edilidade atalhoar 500 parcelas/ano. Os bairros de Mafarinha, Macharote e Nhamainga  foram apontados como sendo os prioritários por serem os que possuem números maiores de construções desordenadas.

O programa de parcelamento visa, na essência, criar zonas de expansão. Por outro lado, através deste programa o Município do Dondo passará a contar com mais infra-estruturas sociais, como são os casos de escolas, hospitais e fontes de água, bem como energia eléctrica pública.

O bairro de Nhamaiabue será o primeiro a beneficiar desta “revolução”. O edil não entrou em detalhes sobre o assunto mas assegurou que há uma “luz no fundo do túnel”, com os parceiros a afirmarem que Dondo é uma aposta certa neste capítulo.

 Assegurou também que está na fase crucial o processo de selecção dos candidatos à ocupação de talhões do bairro de Nhamaibue, depois de ter sido realizado com sucesso o trabalho de arruamento das referidas parcelas.

Questionado sobre a relação entre o município e a Administração Distrital, Cambezo reconheceu existirem ainda alguns problemas, muito embora a convivência seja “saudável”.

“Para evitarmos conflitos, temos tido encontros semanais em que  discutimos todos os assuntos possíveis para evitar interferências. Quando há algum problema que comprometa o nosso relacionamento, temo-nos reunido de imediato. O diálogo permanente tem sido a arma indispensável para que não haja conflitos”- frisou.

A FESTA

O 21º aniversário da cidade do Dondo foi  preparado com pompa. O presidente da edilidade,  Manuel Cambezo fez o lançamento oficial da semana alusiva à efeméride na passada quinta-feira, 19 de Julho.

A cultura dominou as festividades através da realização de um  festival de música e dança tradicional que teve o “Utse” e a “Varimba” como as danças que prenderam mais atenções dos munícipes e outros visitantes de circunstância.

As festividades foram também marcadas por um espectáculo musical cuja figura de cartaz foi o  músico Isaú Meneses.

Igualmente, ao longo da semana foram realizadas palestras onde foram abordados temas como  “Luta de Libertação Nacional na frente Manica-Sofala” e a “História do Dondo”, numa iniciativa que pretendia resgatar os valores do patriotismo junto dos jovens.

Fonte: jornal noticias

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