Incêndios lavram um terço do Santuário do PNG

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Uma série de incêndios de grandes proporções atingiu entre os dia 1 e 9 de Setembro corrente o Santuário da Fauna Bravia do Parque Nacional da Gorongosa (PNG), afectando negativamente a biodiversidade e a dinâmica dos seus ecossistemas.

Os fogos em número não quantificados tiveram origem dentro e fora dos limites do Parque e foram necessários vários dias para controlá-los.

Os aceiros feitos no início do período seco, através da tirada da vegetação nos dois lados da cerca, foram incapazes de prevenir a passagem das labaredas para área de protecção.

De acordo com as informações do Departamento de Conservação, nos dias 2 e 5 do mês em curso os sistemas satélites de detecção de fogos activos registaram o início de vários incêndios na área de Nhanguo, que se presumem sejam da autoria intencional dos caçadores furtivos e involuntária por parte de alguns membros das comunidades locais.

O Fire Information for Resource Management System (FIRMS) e o Advanced Fire Information System (AFIS) registaram, igualmente, no dia 8 outras ocorrência de manifestação de combustão na região de Tambarara.

Segundo referiu a fonte, as chamas altas alastraram-se para o interior do Santuário de 6.200 hectares favorecidas pela direcção do vento, vegetação seca e elevadas temperaturas.

Fogos no Santuário entre os dias 1 e 9 de Setembro
com base em fotografias de satélite.
As setas indicam a progressão dos incêndios.

Para circunscrever os fogos que seguiam diferentes frentes com mais de 3 km de largura, uma equipa de trabalho multissectorial, constituída por pessoal da área de Conservação e das Infra-estruturas, trabalhou ininterruptamente durante 48 horas subsequentes às primeiras deflagrações.

E foram necessários ainda três dias para a consolidação dos resultados do combate aos incêndios por um grupo restrito de dez trabalhadores da área afectada.

Essas queimadas descontroladas lavraram cerca de um terço da vegetação daquela porção do PNG, podendo tornar o Santuário inviável para continuar a manter os animais que acolhe presentemente devido à escassez de alimentos.

“Dependendo da situação (disponibilidade de capim) teremos que tomar uma decisão de manter ou libertar os animais que estão no Santuário, expondo-os aos caçadores furtivos que continuam muito activos em todo o Parque apesar das detenções e desmantelamento de laços e armadilhas” – escreveu o director do Departamento da Conservação, Dr. Carlos Lopes Pereira, no seu informe sobre os incêndios ocorridos.

Trata-se de espécies selvagens introduzidas a custos elevados e muito esforço de outros parques nacionais e da África do Sul, no âmbito da restauração da fauna bravia do PNG dos efeitos da Guerra Civil dos 16 anos que dizimou muitos animais.

Link da notícia completa: http://www.gorongosa.net/pt/news-event/240909_Incendios_Santuario_PNG/incndios-afectam-um-tero-do-santurio-do-png

Carlitos Sunza/PNG

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