“Nós as mulheres também podemos usar as TIC”

0

Chama-se Lucília Xavier, natural e residente em Monapo, província de Nampula, uma das mulheres mais dinâmicas, quando falamos da produção e circulação de conteúdos na rede do CAICC. Dona de uma escrita com musicalidade e coerência, singulares, Lucília de apenas 23 anos de idade, sempre foi alvo da atenção de muitos leitores e ouvintes, por conseguir facilmente passar a mensagem para quem a ouve ou pelo menos lê o que escreve.

lucilia-1

Conta-nos que colabora para a rádio há quatro anos e, é uma activista de referência no uso de plataformas tecnológicas de circulação de informação para o desenvolvimento das comunidades, tendo já provado a muitos parceiros e organizações que, mesmo com condições limitadas, é possível sonhar e materializar os sonhos, comunicar usando as TIC. Por isso, Lucília, tem sua conta no Facebook e integra vários grupos de debate (com destaque para, mulheres nas redes sociais), usa o WhatsApp (integra os grupos: comunicadores e rádios de Nampula) e Blog para promover debate e acesso a informação sobre o seu distrito.

Seu activismo na rede lhe conferiu vários prémios na rede do CAICC, foi em 2015, a vencedora da primeira edição do concurso: “Mulheres Mais Presentes nas Redes Sociais”, promovido pelo CAICC e de lá para cá, não mais parou. Este ano ficou em em segundo lugar no mesmo concurso, o que fez com que fosse destacada para ser formada para integrar a rede dos pontos focais do CAICC, sendo ela parte do primeiro grupo de mulheres nesta rede. Lucília Xavier, usa as redes sociais para exprimir seu pensamento, sentimento bem como divulgar informações sobre o seu distrito e província, participar de diversos debates sobre o desenvolvimento local e não só.

Lucília Xavier é fruto do trabalho dos Pontos Focais do CAICC, dentro do trabalho com o projecto de Fortalecimento da Midia. Entre 2013 e 2015 beneficiou-se de formações na rádio de Monapo, orientadas por Arlindo Chissale e Daniel Cazimoto respectivamente, pontos focais do CAICC, onde várias temáticas foram debatidas, tendo em conta as potencialidades das TIC para impulsionar o desenvolvimento local. Com os pontos focais aprendeu a usar e a gostar das TIC, aliás, estas formações contribuíram bastante para que, por duas vezes,fosse destacada no concurso do CAICC.

lucilia-3

Segundo Luícilia” Foi por acreditar que consigo usar as TIC que acabei aprendendo, com o apoio dos pontos focais do CAICC que têmtrabalhado nas rádios e CMC’s de Nampula. Por outro lado, também quis mostrar as outras, mulheres jornalistas e voluntárias que as TIC podem ser dominadas pelas mulheres e que não se trata de algo exclusivamente para  homens como se pensa”. O prémio que recebeu no concurso de 2015, 1 Samsung Tab 4 de 10 polegadas com internet grátis durante 3 meses, serviu para que ela consolidasse o gosto pelas TIC, aperfeiçoando a aprendizagem prática que recebeu dos pontos focais. Este ano (2016) Lucília voltou a participar e acabou em segundo lugar recebendo um Tablet e dois meses de internet grátis, o que mostra ser uma utilizadora das tecnologias focada no exercício de uma cidadania activa.

O ponto focal Daniel Cazimo, descreve Lucília Xavier nas seguintes palavras: “ela é dedicada, persistente, interactiva com vista a alcançar seus objectivos, talvez seja pelo meio onde esta enquadrada, acima de tudo é inteligente, com perspectivas de transmitir conhecimentos”

lucilia-2

Perguntamos a Lucilia o que teria mudado em si, desde que entrou para o mundo das TIC ao que respondeu: “Ganhei a experiência sobre a criatividade, dinamismo e activismo na publicação de informações de interesse da comunidade, o que me facilitou no exercício das minhas actividades jornalísticas porque descobri que as minhas informações passavam a ser lidas, partilhadas, comentadas e discutidas logo após a sua publicação. Com isso, descobri que ajudou-me a ter mais pessoas acompanhando e sabendo sobre o que acontece na minha comunidade.”

Lucilia Xavier defende que o uso das tecnologias de informação e comunicação constitui a plataforma mais fácil e rápida de fazer chegar a informação as comunidades rurais e não só, ajudam a tornar as discussões locais em desafios globais.

Share.

Leave A Reply