MANICA – tráfico de órgãos humanos: Jovem ia ser vendido por dois milhões de meticais

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Um jovem de 19 anos de idade, que responde pelo nome de Maninho Chipoco, escapou há dias a uma morte quando um suposto mandante se recusou a compra-lo, depois que um amigo seu o colocou à venda ao preço de dois milhões de meticais, num negócio abortado que se presume visava a sua posterior morte para efeitos de extracção e tráfico de órgãos humanos.
Maputo, Quarta-Feira, 11 de Janeiro de 2012:: Notícias

O acto criminoso aconteceu, semana finda, no distrito de Gondola, província de Manica e envolveu, entre outros delinquentes, uma funcionária sénior do Estado, a qual encontra-se detida em companhia de outros dois comparsas seus.

O negócio foi conduzido por um suposto amigo seu que foi identificado pelo nome de Edgar Luís Sabão, que antes de o colocar à venda, o teria intoxicado com “overdose” de bebidas alcoólicas, como forma de o imobilizá-lo e, desta feita, facilitar o seu transporte para o local da eventual venda e decapitação.

Maninho Chipoco, depois de neutralizado com álcool, só não chegou a ser vendido porque o suposto mandante recusou a pagar pela cabeça de uma pessoa adulta, uma vez que este havia encomendado cabeças de três menores dos zero aos três anos de idade.

Segundo a polícia, em Manica, citando os ora delinquentes, os supostos mandantes até aqui não identificados, pretendiam pagar pelas três cabeças humanas de menores, o equivalente a sete milhões de meticais, o mesmo que 2.2 milhões de meticais por cada cabeça.

Embora tenha sido recusada a compra, em consequência do consumo excessivo de bebidas alcoólicas de marcas diferentes, Maninho Chipoco acabou parando no Hospital Distrital de Gondola, onde deu entrada em estado de coma, segundo confirmou o comandante distrital da PRM local, Valentim Wilson, citando o enfermeiro Mutede Cutótua.
PRM efectua detenções

Maputo, Quarta-Feira, 11 de Janeiro de 2012:: Notícias

A Polícia da República de Moçambique (PRM) já efectuou três detenções em conexão com o caso. Entre os detidos consta uma suposta funcionária da Administração Distrital de Gondola, Clara Raul, que recolheu aos calabouços happy wheels da polícia, em Gondola, com Edgar Luís Sabão e Albino Evaristo Pita.

O porta-voz do comando provincial da polícia, em Manica, Belmiro Mutadiwa, indicou que Maninho Chipoco estava em vias de ser degolado, caso o referido cliente o tivesse comprado. Entre as bebidas alcoólicas usadas para intoxicar Maninho, figura Lawidzani e Lord Gin.

Albino Evaristo Pita, proprietário dum estabelecimento comercial, onde o negócio esteve a desenrolar, disse não ter tido interesse em vender e matar pessoas, mas apenas pretendia burlar a quem se prontificasse a comprar os referidos seres humanos.

Negou que o jovem Maninho tenha estado na sua barraca a seu convite para efeitos de tráfico. Por seu turno, Clara Raul, funcionária ora detida, defendeu ter sido contactada por Albino Evaristo Pita, para a venda de crianças, em número de três, com idade máxima de três anos, mas terá remetido o assunto à uma amiga sua, a quem diz se ter prontificado a desenvolver o negócio.

Sobre a sua participação no crime, aquela funcionária, que já exerceu as funções de chefe da localidade, distanciou-se reconhecendo apenas o facto de não ter denunciado o caso às autoridades competentes.

A neutralização dos supostos traficantes e o consequente aborto do negócio foi possível graças a denúncias populares. A polícia está no encalço de presumíveis outros integrantes da quadrilha.

A polícia, através do seu porta-voz, afirma estar-se perante uma rede de traficantes que se dedicam a extracção e venda de órgãos humanos. A fonte avança que a PRM encontra-se a trabalhar no caso para apurar a veracidade dos factos e identificar outros eventuais integrantes do grupo dos criminosos.

Avança que, dados preliminares, evidenciam a prática do crime de tentativa de tráfico e homicídio frustrado. Também suspeita-se que, nas bebidas oferecidas ao jovem Maninho, tenham sido introduzidas elementos tóxicos que, aliados a alta dose de álcool, terão imobilizado em tempo recorde a vítima.

Maninho está a recuperar-se progressivamente. O enfermeiro, Mutede Cutótua, disse que à sua entrada no hospital inspirava cuidados sérios por parte da equipa médica.

Fonte: Noticias

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