Caçadores furtivos abatem 247 leões, zebras, elefantes e búfalos em Tete

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Por: Aibo Jussub Patel

Caçadores furtivos abateram 125 búfalos, 109 elefantes, onze leões e duas zebras, na província de Tete, no período compreendido entre 2010 e 2012, sendo este último ano o pior de todos, em termos da pressão exercida sobre estas espécies faunísticas, de acordo com o informe apresentado no dia 18 de Abril corrente pelo director provincial do Turismo, Rafael Funsana, na sétima sessão ordinária do Governo, que decorreu pela primeira vez na sede distrital de Mutarara, onde o governador Ratxide Gogo iniciou a sua visita de trabalho.


A maior incidência da caca furtiva na província de Tete ocorre nas áreas de grande concentração da fauna bravia, como sendo os distritos abrangidos pelo programa “Tchuma Tchato”, nomeadamente Magoe, Cahora Bassa, Changara, Zumbu, Marávia, Chifunde, Chiuta e Macanga.
A caça furtiva é mais grave em Magoe, porque este distrito faz fronteira com o Zimbabwe, o que facilita a entrada de caçadores furtivos estrangeiros.
Segundo o documento, a situação da caça furtiva tende a agudizar-se nos últimos tempos. A título elucidativo, em 2010 foram abatidos 18 elefantes, no ano seguinte os caçadores mataram 38 e já em 2012 o número subiu para 53, o que totaliza 109 animais.
O gráfico crescente aconteceu também em relação aos leões, cuja escadaria foi de um, dois e oito animais abatidos por furtivos nos três anos em análise. Quanto a búfalos, referir que igualmente os abates indiscriminados foram subindo, tendo sido registada a morte de 16, 34 e 75, em 2010, 2011 e 2012, respectivamente.
Em termos de prejuízos, o balanço aponta para a perda de 8.310 dólares, sabendo-se que o elefante esta calculado em cinco mil dólares, leão (dois mil), búfalo (900) e zebra (410).
Refira-se que a caça furtiva também abrangeu outras espécies faunísticas, como sendo hipopótamos, crocodilos, cudos e impalas. Ao todo foram abatidos por caçadores furtivos nos três últimos anos 377 animais das espécies mencionadas, causando-se um prejuízo de 711.950 dólares.
O impacto da caça furtiva revela-se bastante negativo na província de Tete, porquanto agudiza o conflito entre o Homem e a fauna bravia, porque afugenta os animais bravios para as zonas habitadas pela população humana, contribui para a perda de receitas, assim como para a insegurança das comunidades e dos turistas e ainda provoca mortes no seio da população, devido ao método de envenenamento usado por alguns caçadores furtivos.
A fiscalização culminou com a captura de 247 caçadores furtivos em 2010, 121 em 2011 e 127 em 2012.
Também foram apreendidos diversos materiais usados, sendo em 2010, 270 canhangulos (armas de fabrico caseiro), três armas semi-automáticas, 1.131 cabos de aço, três frascos de veneno, 53 ratoeiras, 52 redes de pesca, três azagaias, cinco facas, sete machados, 53 redes de caca e uma catana.
Em 2011, os fiscais confiscaram 108 canhangulos, 14 armas semi-automáticas, 678 cabos de aço, 55 ratoeiras, 154 redes de pesca, três azagaias, duas facas, seis machados, 63 frascos de veneno e cinco cordas.
A acção de fiscalização culminou igualmente na confiscação, em 2012, de quatro armas de tipo AKM, 50 canhangulos, nove munições, duas melancias envenenadas, 140 laços, 668 cabos de aço, um pão envenenado, 32 redes de pesca, uma lata de pólvora, um frasco de veneno, três cordas, nove ratoeiras e uma viatura.
“A caca furtiva como problema: cria uma pressão cada vez mais crescente sobre a utilização dos recursos naturais, põe os recursos faunísticos em risco de desaparecimento, caso a tal pressão continue nos próximos tempos” – anota o documento que revela ainda terem sido confiscados três pares de marfim e igual número de pontas de marfim.

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